quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A Revolução Industrial






Vídeo do Youtube

A educação espartana



O espartano era um cidadão desde cedo moldado conforme os valores militaristas de sua cidade-Estado.


Em termos genéricos, podemos ver que a educação desenvolvida em Esparta estava intimamente ligada ao caráter militarista que a sociedade e o governo tomavam naquela época. Desde a mais tenra idade, percebemos que a formação do indivíduo era reconhecida como uma função a ser obrigatoriamente assumida pelo próprio Estado. Para compreendermos tal prática, é necessário nos lembrar que os espartanos viam cada novo ser como um soldado em potencial.

Já ao nascer, a criança era minuciosamente observada por um grupo de anciãos. Caso ela não apresentasse uma boa saúde ou tivesse algum problema físico, era invariavelmente lançada do cume do monte Taigeto. Se fosse considerada saudável, ela poderia ficar com a sua mãe até os sete anos de idade. Depois disso, passava a ficar sob a tutela do governo espartano para assim receber todo o conhecimento necessário à sua vindoura trajetória militar.

Entre os sete e os doze anos a criança recebia os conhecimentos fundamentais para que conhecesse a organização e as tradições de seu povo. Depois disso, era dado início a um rigoroso treinamento militar onde seria colocado em uma série de provações e testes que deveriam aprimorar as habilidades do jovem. Nessa fase, o aprendiz era solto em um campo onde deveria obter o seu próprio sustento por meio da coleta, da caça de animais ou, em alguns casos, por meio do furto.

Nessa mesma época, os aprendizes eram colocados para realizarem longas marchas e lutarem uns com os outros. Dessa maneira, aprendiam a combater eficazmente. Além disso, havia uma grande preocupação em expor esse soldado a situações provadoras que atestassem a sua resistência a condições adversas e obediência aos seus superiores. Cada vez que não cumprisse uma determinada missão, esse soldado em treinamento era submetido a terríveis punições físicas.

Quando chegavam aos dezessete anos de idade, o soldado espartano era submetido a um importante “teste final”: a kriptia. Funcionando como uma espécie de jogo de esconde-esconde, os soldados participantes se escondiam de dia em um campo para, ao anoitecer, saírem à caça do maior número de hilotas (escravos) possíveis. Quem sobrevivesse a esse processo de seleção já estaria formado para integrar as fileiras do exército e teria direito a um lote de terras.

Com relação às mulheres, devemos salientar que essa mesma tutela exercida pelo Estado também era dirigida a elas. De acordo com a cultura espartana, somente uma mulher fisicamente preparada teria condições de gerar filhos que pudessem lutar bravamente pela defesa de sua cidade-Estado. Além disso, durante sua vida civil ela poderia adquirir o direto de propriedade e não estava necessariamente sujeita à autoridade de seu marido.

Quando alcançava os trinta anos de idade, o soldado espartano poderia galgar a condição de cidadão. A partir desse momento, ele participava das decisões e leis a serem discutidas na Ápela, assembleia que poderia vetar a criação de leis e indicava os indivíduos que comporiam a classe política dirigente de Esparta. Quando atingia a idade de sessenta anos, o indivíduo poderia sair do exército e integrar a Gerúsia, o conselho de anciãos responsável pela criação das leis espartanas.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola



http://www.brasilescola.com/historiag/a-educacao-espartana.htm

Guilhotina

Guilhotina
a máquina de matar
A guilhotina, por absurdo que pareça, derivou do projeto de um médico humanitário, o doutor Guilliotin, que enviou a recomendação da sua fabricação à Assembléia Nacional em 1789. Menos de três anos depois, uma máquina de matar em massa começou a ceifar vidas durante a revolução numa rotina que parecia não ter mais fim.

A primeira experiência

"Repleta teu cesto divino com cabeças de tiranos.../Santa Guilhotina, protetora dos patriotas,/Rogai por nós./Santa Guilhotina, calafrio dos aristocratas,/Protegei-nos!"
Prece revolucionária, 1792-1794
O alarde correu por toda a Paris. Que fossem à Place de Grève para assistir uma execução com uma nova máquina. Os bairros patriotas mobilizaram sua gente para vê-la ser experimentada num ladrão comum, um tal de Pelletier. Era o dia 25 de abril de 1792 quando a multidão começou a aglomerar-se em frente ao patíbulo. Sobre ele, lá em cima, coberto com um pano breado, estava o assustador artefato. Comentou-se que Samsom, o carrasco oficial da cidade, havia se exercitado antes em vários repolhos. A multidão calou-se. Traziam o condenado. A cabeça dele havia sido tosada para que os cabelos do pescoço não criassem embaraços ao cortante fio do cutelo. O verdugo estendeu o desgraçado numa prancha, amarrado, e soltou a alavanca que suspendia a lâmina. O aço, com traçado diagonal, despencou-se sobre a vítima com a rapidez do bote da serpente, um sucesso. No cesto, a cabeça saltou e parou. A multidão exclamou uníssona, fascinada pelo espetáculo e pelo horror.



O Doutor Guillotin

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O doutor Guillotin (1738-1814)
A máquina funcionava, a guilhotina começava a fazer história. Poucos na vida tiveram a infelicidade do doutor Joseph Ignace Guillotin, que teve a má sorte de ter seu nome associado à morte. Na verdade, era um cientista respeitado e um profissional de sucesso, dedicado à causa da saúde pública, considerado um emérito médico vacinador. Antes da Revolução de 1789, foi clínico do conde de Provence e indicado, graças a sua credibilidade, para participar da comissão que desmascarou a impostura de Mesmer, um aventureiro que encantou os ingênuos da época com suas experiências sobre o magnetismo animal. Eleito representante do Terceiro Estado, tratou de apresentar um projeto que aplicava o princípio de Beccaria da uniformização das sentenças, afirmando que "les délits du même genre seront punis par le même genre de peine, quel que soient le rang de l'etat du coupable", "que os delitos do mesmo gênero serão punidos pelo mesmo gênero de pena, não importando a origem social do culpado". Para democratizar as penas de morte, Guillotin sugeriu a construção de um engenho para tal fim; "a mecânica tomba... a cabeça voa, o sangue jorra, o homem não existe mais." Por isso passou o resto da sua vida, morreu de carbúnculos em 1814, tentando inutilmente desassociar o seu nome do terrível engenho.



Igualdade até na morte

reprodução
Fouquier-Tinville, acusador-mór da revolução
Era a igualdade uma das máximas da Revolução de 1789, chegando ao patíbulo. O projeto do doutor Guillotin, apresentado em dez de outubro de 1789, com o apoio de Mirabeau, não foi imediatamente aprovado. Mais um passo foi dado, em cinco de junho de 1791, com a lei do deputado Le Peletier de Saint-Fargeau, que determinava que "todo o condenado à morte terá sua cabeça decepada". Abolia-se a forca, a espada e a roda, bem como as torturas. Em seguida, a Assembléia Nacional autorizou o secretário da Academia de Cirurgia, o doutor Louis, a idealizar o aparelho mortífero. Este entregou a parte mecânica do projeto para um prosaico fabricante de harpas, um alemão de nome Schmitt. Na verdade, o artefato deveria chamar-se "louison", mas, uns tempos antes, o jornal monarquista Actes des Apôtres, satirizando o projeto, publicou que cette machine suplicielle devra-t-elle porter la denomination douce... de guillotine!, esta máquina supliciadora deveria trazer a doce denominação de... 
 guilhotina! Pobre doutor.
reprodução

 http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/guilhotina.htm